Em meio às comemorações do mês de julho da missão Apollo 11, não podemos deixar de falar também da agência que tornou tudo isso possível, ela mesmo a NASA.
Nos anos 50, pós II Guerra, o mundo é dividido em dois campos ideológicos. De um lado os EUA liderando o bloco capitalista, do outro a URSS pelo bloco socialista. Mais que uma disputa ideológica, ambos os lados queriam o controle de todas às áreas possíveis, inclusive a ciência e tecnologia.
Com o avanço das conquistas da URSS na exploração espacial, entre elas: o primeiro satélite em órbita da terra, o primeiro ser vivo no espaço, primeiro homem, primeira mulher, primeira caminhada espacial, maior permanência no espaço. Os EUA estavam perdendo de goleada para a supremacia tecnológica espacial soviética. Em 29 de julho de 1958, o então presidente Dwight D. Eisenhower, cria uma agência para fazer frente aos avanços tecnológicos dos soviéticos na astronáutica.
Primeira logo usada plea agência após a criação.
A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (National Aeronautics and Space Administration) ou como ficaria conhecida, pela sigla NASA. Nasce com o objetivo de colocar os EUA na dianteira da corrida espacial, preparar astronautas e desenvolver tecnologia para a exploração espacial.
Diante de uma missão tão difícil, o presidente dos EUA em exercício John Kennedy procurou o primeiro diretor da NASA James Webb, e perguntou qual seria o maior desafio na corrida espacial, e que os EUA pudesse vencer. A resposta veio em seguida: “A Lua”. Quando discursando na Universidade Rice, em 1962, Kennedy faz aquele discurso memorável sobre a importância da vitória na corrida espacial, e o desejo de em uma década, por um homem na lua.
“Mas por quê a Lua, perguntam alguns? Por quê este objetivo? Também podem perguntar porquê subir à montanha mais alta? Porquê, há 35 anos, decidimos voar sobre o Atlântico? Nós decidimos ir à Lua. Nós decidimos ir à Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque são fáceis, mas porque são difíceis.”
John F. Kennedy
12/09/1962
“Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade.” Com essas palavras Neil Armstrong, através da NASA, dá a vitória da corrida espacial aos EUA, mostrando a supremacia tecnológica estadounidense na guerra fria.
Tendo em vista o objetivo da conquista da Lua, a NASA prepara três projetos para tal empreendimento: Sendo o Mercury e o Gemini como testes iniciais, preparação de astronautas e desenvolvimento de tecnologia, e o Apollo como a culminação da conquista da Lua e o aperfeiçoamento das tecnologias anteriores. Após a chegada na Lua em 1969, e posteriores 6 missões para nossa satélite, a vitória da corrida espacial foi dada aos EUA e reconhecida pelo maior rival, a URSS.
Passado essa fase da agência, era hora de focar em novos desafios, dessa vez com viés científico apenas, não ideológico como foi na corrida espacial. A NASA começa a trabalhar em duas frentes. A primeira com objetivo de enviar missões ao sistema solar com naves não tripuladas, as famosas sondas espaciais. E continuar o desenvolvimento de foguetes que fossem mais baratos e reutilizáveis, para exploração na órbita terrestre.
No campo das missões não-tripuladas, nenhuma agência bateu a NASA. Foram muitas missões de sucessos a outros planetas e asteroides, em nosso sistema solar. Podendo citar Marte como um dos principais destinos, iniciando nos anos 70 sua exploração, com às bem-sucedidas missões vikings, além das famosas voyagers, que fizeram a primeira exploração dos confins do sistema solar e hoje são os objetos humanos mais longe da terra.
Lançadas há 42 anos, o projeto Voyager permitiu estudar e fotografar em alta resolução os planetas gasosos (exteriores), além de fornecer dados e imagens ao longo do seu trajeto, em direção aos limites externos do sistema solar.
Nos anos 80, a NASA passou a investir ainda mais em tecnologia espacial, aproveitando o boom dos computadores cada vez mais rápidos e maiores poder de processamento. Chega a era dos ônibus espaciais, veículos orbitais e suborbitais tripulados que são lançados como foguetes e pousam como aviões. A vantagem do ônibus espacial é a reutilização do componente principal, o orbitador (que se assemelha a um avião), descartando somente os tanques (recuperados e reaproveitados) e motores de impulsão.
Mas nem tudo são flores e mais uma vez tivemos um grande desastre com a Challenger, um dos ônibus espaciais da NASA. 73 segundos após decolar, ele explode, matando seus 7 ocupantes. Em 2004 a tragédia se repetiria e após um retorno de uma missão em órbita, o ônibus espacial Colúmbia explode na alta atmosfera terrestre, também vitimando seus 7 astronautas. Os ônibus espaciais continuaram sendo o meio de transporte da NASA por anos ainda, mas essas duas tragédias e os altos custos, fizeram com que a NASA abandonasse de vez o projeto space shuttle (ônibus espacial) após 30 anos de uso (1981-2011).
Outro marco da agência foi lançar em 24 de abril de 1990, o HST – Hubble Space Telescope, ou o conhecido telescópio espacial Hubble. Sendo hoje nossos olhos no espaço, permitindo imagens fantásticas de lugares longínquos do universo. Outro empreendimento foi a ISS (International Space Station) a Estação espacial que foi construída por várias nações, sendo a NASA uma de suas principais patrocinadoras.
E hoje? A NASA continua enviando missões não tripuladas ao espaço, através de suas sondas, ressaltando a fantástica missão New Horizons, onde pela primeira vez fotografamos Plutão com lata resolução e pudemos estudar o planeta de forma plena. Ela não dispõe de veículos que transportem seus astronautas, mas terceiriza com os russos suas idas a ISS. Além de estar trabalhando com a iniciativa privada para a produção de uma nova geração de veículos espaciais, e sofrendo com os recentes cortes de verbas do governos dos EUA. A NASA tem alguns projetos grandes como O telescópio espacial James Webb que irá ser maior e melhor que o quase aposentado Hubble. E a pretensão de por pessoas na Lua de novo, através da missão Artemis, onde a primeira mulher pousaria na Lua.
Logo usada nos anos 70 e 80
Logo reestilizada atual
Por fim, não podemos falar de NASA sem falar de conspiração. A agência é o alvo mais famoso dos conspiracionistas. Seja sobre os “dados que a agência esconde” que mostram a terra plana, ou sua conspiração para dominação mundial, passando pela “farsa’ da ida do homem a Lua. Apesar de tudo isso, a NASA segue como um dos maiores instrumentos científicos da atualidade, e mostrando ser uma gigante nos campos das ciências espaciais.
Até breve!